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Você sabia? A adoção de um modelo de governança corporativa pode alavancar o valor das empresas familiares.

  • Marcia Amorim
  • há 4 dias
  • 3 min de leitura

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Para empresas familiares, adotar um modelo estruturado de governança corporativa vai muito além da formalidade: trata-se de transformar o legado e a história da família em um ativo sustentável de longo prazo, criando condições para que o negócio sobreviva e prospere através de gerações.

Investidores, ao analisarem uma empresa, costumam observar com atenção os mecanismos de governança justamente porque reconhecem que a qualidade dessas práticas impacta o risco, o desempenho e o valor da organização.

Durante um processo de due diligence (diligência prévia) — por exemplo, quando um potencial investidor ou parceiro avalia a empresa para aquisição ou aporte — a governança corporativa aparece como um dos fatores críticos. No relatório da KPMG International, Global ESG Due Diligence + Study 2024, destaca-se que 'ESG (governança, ambiental e social) continua a ser considerada absolutamente crítica por 70% dos profissionais de M&A (fusões e aquisições) no último ano' (KPMG, 2024).

Em outro estudo, a consultoria Alvarez & Marsal ressalta que, em mercados emergentes, a governance due diligence (diligência de governança) deve ultrapassar a simples verificação de políticas e documentos: exige imersão nas pessoas, processos e práticas da empresa para revelar riscos ocultos e alavancas de valor.

Quando falamos de valor, o argumento é que empresas familiares que estruturam conselhos, definem regras claras de funcionamento, separam gestão, propriedade e família e adotam boas práticas de transparência tendem a gerar maior confiança de investidores, ter custos de capital menores e desfrutar de maior apetite de mercado ou de parceiros de negócios. Por exemplo, o estudo do CFA Institute sobre mercados privados destaca que maior transparência e melhores controles estão fortemente associados à menor exposição a falhas de governança que corroem o valor. Embora seja mais difícil encontrar estudos públicos que comparem diretamente valores de empresas familiares com e sem governança implantada, a literatura empírica de empresas adquiridas por private equity sugere que mecanismos de governança mais robustos ajudam a mitigar risco de insolvência e melhorar desempenho.

Uma pesquisa publicada no Journal of Management and Governance evidencia que targets de private equity com conselhos menores, especialistas de mercado e menos dualidade (quando o CEO acumula a presidência do conselho) apresentaram menor risco de angústia financeira (Marini et al., 2022).Para o gestor ou membro de empresa familiar, isso significa que adotar boas práticas de governança corporativa — seja integrando conselheiros externos, estabelecendo processos formais de monitoramento ou melhorando transparência e prestação de contas — não é custo inútil, mas investimento estratégico.

Em processos de due diligence, investidores vão querer ver clareza de papéis, indicadores de performance, existência de comitês, separação entre propriedade, família e gestão, políticas de conflito de interesse, histórico de sucessão e planejamento de continuidade.

A falta desses elementos pode reduzir a precificação da empresa, gerar cláusulas restritivas no contrato de investimento ou mesmo inviabilizar o negócio.

Conclui-se que, para empresas familiares que desejam crescer, atrair investidores ou simplesmente garantir sua longevidade, a governança corporativa configurada de modo proativo funciona como alavanca de valor real. Não apenas melhora o 'como' a empresa opera, mas muda o 'como' investidores, parceiros e o mercado a enxergam — e essa mudança de percepção já é, por si só, material para os resultados e o legado da organização.


Marcia Amorim é Conselheira de Administração Certificada pelo IBGC. Presidente do Conselho Consultivo do Grupo São Vicente - Rede Supermercadista do Estado de São Paulo. Coach de Executivos credenciada pela International Coaching Federation - ICF. Consultora Associada à Lee Hecht Harrison Consultoria - Grupo Adecco. Women Corporate Directors - WCD Member.



Referências

- KPMG International. Global ESG Due Diligence + Study 2024 – Moving from risk to value creation. 2024.

- Alvarez & Marsal. The strategic imperative of corporate governance due diligence in emerging market transactions. Fevereiro de 2025.

- CFA Institute. Private Markets: Governance Issues Rise to the Fore. 2023.

- Marini, V.; Caratelli, M.; Stella, G. P.; Barbaraci, I. 'Is corporate governance of private equity targets more effective for risk mitigation?' Journal of Management and Governance. 2022.





Declaração: A autora contou com o suporte do ChatGPT (modelo GPT-5, OpenAI) para aprimoramento de linguagem e clareza. As ideias e o conteúdo resultante são de autoria e responsabilidade exclusiva da autora.

 
 
 

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