Um líder que tem a habilidade da escuta ativa constrói relações mais saudáveis e produtivas. Será que esse é o seu caso?
- Marcia Amorim
- 10 de nov.
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Marcia Amorim é Conselheira de Administração Certificada pelo IBGC. Presidente do Conselho Consultivo do Grupo São Vicente - Rede Supermercadista do Estado de São Paulo. Coach de Executivos credenciada pela International Coaching Federation - ICF. Consultora Associada à Lee Hecht Harrison Consultoria - Grupo Adecco. Women Corporate Directors - WCD Member.
Imagine uma reunião em que um líder interrompe menos e percebe mais — captando gestos, pausas e o que as palavras não dizem. É nesse cenário que a escuta ativa revela seu poder de transformar conversas em entendimento genuíno e decisões mais assertivas.
Escutar ativamente é uma das competências mais valiosas nas relações profissionais, especialmente em ambientes onde a colaboração e a confiança são fundamentais. A escuta ativa vai além de ouvir palavras — trata-se de compreender o significado, as emoções e as intenções por trás do que está sendo dito. É um exercício de presença genuína, atenção plena e empatia, que fortalece vínculos, reduz conflitos e aprimora a qualidade das decisões.
Estudos da Harvard Business Review demonstram que líderes que praticam a escuta ativa elevam o engajamento das equipes, estimulam a inovação e aumentam a produtividade, pois criam um ambiente onde as pessoas se sentem valorizadas e compreendidas. Esses achados reforçam o impacto organizacional da prática.
Segundo pesquisa da Deloitte, a escuta ativa é uma das competências centrais da liderança moderna, especialmente em contextos híbridos e multiculturais, nos quais a comunicação se fragmenta facilmente. Já a McKinsey destaca que ouvir com empatia e curiosidade favorece o pensamento crítico e a resolução de problemas, pois amplia o repertório de perspectivas disponíveis nas discussões.
Uma escuta verdadeiramente ativa exige concentração e suspensão de julgamentos. Significa estar disposto a compreender antes de responder, evitando interrupções, distrações e suposições precipitadas. O profissional que escuta ativamente demonstra respeito, valida o interlocutor e oferece respostas que refletem compreensão real, e não apenas concordância superficial. Esse tipo de escuta se torna um diferencial competitivo para líderes e gestores, pois fortalece a segurança psicológica nas equipes — conceito amplamente estudado pela Professora Amy Edmondson, da Harvard Business School, e também aprofundado em pesquisas do Google e da Fundação Dom Cabral — criando um espaço onde as pessoas se sentem confortáveis para expressar ideias, discordar e inovar sem medo de represálias.
Para desenvolver a escuta ativa, é preciso cultivar hábitos que reforcem a qualidade das interações: manter contato visual, demonstrar interesse, fazer perguntas abertas, resumir e devolver o entendimento para validação. Tais comportamentos demonstram atenção e fortalecem a confiança. O Fórum Econômico Mundial e a PwC destacam a escuta ativa entre as dez principais habilidades de liderança e gestão que continuarão em alta até 2030, justamente por sustentarem relacionamentos colaborativos e sustentáveis em meio à complexidade do mundo corporativo.
Em síntese, escutar ativamente é um ato de liderança e de respeito. É por meio dela que se constroem relações saudáveis, produtivas e orientadas para resultados duradouros. Líderes que escutam com empatia e intenção genuína de compreender criam ambientes de trabalho mais humanos, inovadores e eficazes — e tornam-se, inevitavelmente, referências positivas dentro das organizações.
Referências:
· Harvard Business Review. What Great Listeners Actually Do, 2016.
· Deloitte. Global Human Capital Trends 2024.
· McKinsey & Company. The State of Organizations 2023.
· Google re:Work. Project Aristotle – Understanding Team Effectiveness, 2022.
· Fundação Dom Cabral. Liderança e Segurança Psicológica nas Organizações, 2023.
· PwC. Future of Work and Leadership Skills, 2024.
· Fórum Econômico Mundial. The Future of Jobs Report 2023.
· Edmondson, Amy C. The Fearless Organization: Creating Psychological Safety in the Workplace for Learning, Innovation, and Growth. Harvard Business Review Press, 2018.
Este artigo contou com o suporte do ChatGPT (modelo GPT-5, OpenAI) para aprimoramento de linguagem e clareza. As ideias e o conteúdo resultante são de autoria e responsabilidade exclusiva de Marcia Amorim.
